AMOR ETERNO
Quando eu te vi chorar
Os meus olhos lacrimejaram
Desejei te abraçar
Me entreguei de corpo e alma
Simplesmente a te amar.
Cheguei ao abismo onde você ia se jogar
Dei a minha mão para te salvar
Dessa solidão que te fez matar
O sentimento que um dia
Fez-te alguém amar.
Realizei todos os seus sonhos
Subimos ao altar
Em uma noite de felicidade
Nos propomos a se casar
A esperança brotava tranquila e sorridentemente
No canto do nosso olhar.
A noite se tornou dia
Logo uma noite fria estava a chegar
Bateu a nossa porta, não quis deixá-la entrar
Mas não tive forças
E a tristeza tomou conta do meu caminhar.
Após as flores murcharem
Em tempestades de agonias
Aceitei nunca mais te tocar
Mas não me conformei em um simples raiar do Sol
Com essa tua viagem repentina dos meus braços
Da qual jamais vais voltar.
Contudo, amor, saiba que eternamente,
Pois, a muito tempo, tornou-se concreto
Este sentimento que fez do meu coração, morada plena.
Vou te amar!
(E. C. Andrade)
VIDA BRASILEIRA
Sou brasileiro
E ao nascer minha mãe falou:
Eu canto
Tu canta
Nós canta também
Ele dança
vocês dança
Todos nós dança também.
Quando o verde e amarelo
Resplandeceram na janela
Só ouvi a canção:
Quando se dança
Tu samba
Ele samba
Nós samba também.
Eu sambo
Eles samba
Vocês samba
Todos nós samba também.
Mas nada foi tão belo
Do que aquele sublime momento
Em que mamãe gritou
E papai replicou:
Eu canto
Tu canta
Você canta também
Nós canta
Vós canta
Você canta: amém!
(E. C. Andrade)
A RAINHA DO MEU SERTÃO
A menina já guardou,
No fundo do baú da vovó,
A boneca que um dia ganhou.
Rendou seu vestido de chita
Se olhou no espelho...
“Como tava toda bonita”
A espiga de milho a assar
O aroma da canjica a nos arredar
Logo vem o luar anunciar
O forró de Seu Agogô.
A menina no meio do terreiro
Com todo o seu chamego
Me olha toda faceira
Me deixando de olhos gritantes
Em plena noite de lua cheia.
O calor a se danar
O suor a correr feito touro bravo
No meio das macambiras
Mas a Santa Chuva chega só pra trazer
O frescor do prazer.
Ôôôôôôôô
Ôôôôôôôô
É do gogo até o pé
Vou arrochar o nó
Ôôôôôôôô
Ôôôôôôôô
É xote. É baião
No meio do meu sertão.
De joelho a me declarar
Ritmado por este forrozão
Peço a tua mão, minha amada donzela,
“A mais bela do sertão”
Serei o teu amado até o pôr do sol
Deste meu cantar que te dirá adeus
No dia em que a tempestade
Enfim apagar a fogueira do meu olhar.
Ôôôôôôôô
Do gogo até o pé
No ritmado da paixão
Peço, amor, a tua mão.
Ôôôôôôôô
Vem no xote, coração
Ser a rainha do meu sertão.
(E. C. Andrade)
LAMENTOS DE UMA ALMA
Todo dia a mesma pintura
Aquele pássaro que canta
A galinha que grita
E a gota da bica que não cai
Nem de noite nem de dia.
Meu corpo banhasse
Naquela mesmíssima água
Que persiste em não correr
No velho leito do rio,
Mas sinto o arrepio
Quando ouço a sinfonia
Da boiada a lamuriar.
Pia o pinto na louça suja da cozinha
Lenha que apenas arde
No almoço e no jantar
De manhã, dedo de café
Em companhia do pedaço de fubá.
De joelho em oração,
Virgem Santa Maria,
Ouça os lamentos do meu coração
Sou triste alma de pé descalço
No barro batido do sertão.
No horizonte, vejo ardentemente luzir
O forte brilho solar quando descansa
Sinhá Lua vem pra suas cadeiras se balançar
Minha vida fica um tiquinho refrescante
Mas as entranhas se estranham
Porque Madame Fome fica a chamar
O fio que jamais vai chegar.
As novilhas se danam a concertar
A cabra acompanhar a cantarolar
Pássaros que dançam no ar
Redemoinhos que passam dizendo
Que chuvinha demora-se a chegar
De joelho a orar,
Virgem Santíssima,
Não deixe de me abençoar
Ouça as lamúrias dessa alma pobre suplicante
Que ainda deseja caminhar
Nessas terras sertanejas que me castigam,
Mas não as deixo de amar.
(E. C. Andrade)
SIMPATIAS
Oh, meu São João
Já taquei a faca no tronco da bananeira
Pulei tantas fogueiras
Fiz simpatias
Mas Santo Antônio não me atendeu.
Me esbaldei na paçoca
Canjica, milho assado
Bati perna em tudo que era forró
Em busca da minha paixão
Mas nada, meu São João.
Quero me casar
Aiaiaiaiaiaaaai
Na beira da fogueira
Aiaiaiaiaiaaaai
Nesta noite de arrasta-pé
Que incendei o meu coração.
Olho pro céu
Busco um sinal nas estrelas
Uma resposta para as angústias do meu peito
Que tanto bate forte a dor da solidão
Oh, meu São João,
Padrinho Padre Cícero,
Santo Antônio
Ouçam o som de tristeza
Que sai do meu coração.
Quero me casar
Aiaiaiaiaiaaaai
Na beira da fogueira
Aiaiaiaiaiaaaai
Nesta noite de arrasta-pé
Que incendei o meu coração.
(E. C. Andrade)
VEM COMIGO, AMOR!
Vem, cavaleiro, em seu alazão
Dançar comigo este arrasta-pé
Aqui no arraiá do meu coração.
É alavantú, anarriê,
É só no balancê, minha paixão
Solta bombinha na comemoração
Da festa de São João.
Deixa madrinha dormir
E painho também
Que a gente vai forrozear
Até o dia clarear.
Não quero que peça a minha mão,
Amor, amor
Só quero dançar este forrozão,
Amor, amor
Nesta noite de alegria
Em homenagem a São João.
Deixa a chuva passar, meu amor
Que vamos pular fogueira
E forrozear
Até o suor chegar no chão.
Não quero que diga não,
Amor, amor
Vem comigo nesta emoção,
Amor, amor
Vem dançar agarradinho
Amor, amor
Em noite de São João.
(E. C. Andrade)
CHAMEGO DANADO DE BOM
Estou no altar esperando você chegar
Toda de branco
Para a gente se casar.
O padre irá nos abençoar
Vai perguntar:
“Se alguém tem alguma coisa a contar
Que passe a falar”
Quando eu te beijar
Para selar o nosso amor
Meu coração vai bater no ritmo da zabumba
Com a sanfona e o triângulo de testemunhas.
A fogueira estalando lá fora
O arrasta-pé zumbindo no chiado...
E eu coladinho ao teu corpo
Nesse chamego danado de bom.
O balão enamorando as estrelas
O nosso corpo em harmonia
E o sanfoneiro nos convidando
A brindar ao som do baião.
(E. C. Andrade)
CHAMEGO DO SERTANEJO
Cai, chuva, em meu sertão
Que o fogo do arrasta-pé
Está incendiando os casais
A noite inteira, a forropiar nesse salão.
Espiga de milho a assar
Quentão na caneca
E o fogo das chinelas chiadeiras
Levantam poeira.
Vai, balão, clarear
Esta noite sorridente
Que chama as bonequeiras
Para forrozear à beira da fogueira
De corpo suado, bem coladinho
No chamego do sertanejo.
O forró chama a comadre
Que chama o padrinho.
O forró toca o coração da madame
Que se declara para o vizinho.
O forró te leva às lágrimas
E ao fogo dessa paixão
Em noite de São João.
(E. C. Andrade)
FESTA CASAMENTEIRA
No céu, estrela a brilhar
Aqui a fogueira estralar
Ao ritmo do meu coração.
A quadrilha junina explodiu no salão
E você fez a festa em meu coração
Em homenagem a São Pedro
O padroeiro da nossa paixão.
Amor, deixar incendiar
Essa paixão entre nós dois
Que o santo junino é nosso protetor.
Amor, vem para cá
Que nesse arrasta-pé
Chamego e quentão
Vou pedir a tua mão.
Seu padre, nos dê a sua bênção
Porque o amor que sinto por ela
É lume de fogueira
Que queima minh’alma
A pipocar minhas entranhas
No ritmo da sanfona gemedeira
É festa casamenteira.
(E. C. Andrade)
A QUADRILHA DO MEU CORAÇÃO
Meu coração sente o calor da fogueira
Se alegra com o gemido da sanfona sertaneja
E dança no chiado da chinela faceira
Diante das bênçãos do meu São João.
Pega a minha mão,
Arrocha minha cintura,
Me olha nos olhos
Nesse fogaréu do arrasta-pé.
Porque o nosso chamego é lume que incendeia
Nesse rala coxa da paixão brejeira.
Viva, meu São João!
É festa a noite inteira
Em volta da fogueira
Ao som do meu coração
Viva, meu São João!
É menina forrozeira
Puxando a quadrilha do meu coração.
(E. C. Andrade)
SOU CABRA DA PESTE
Deixa o som da sanfona tocar o teu coração
Puxa o fole, sanfoneiro!
Pois quero arrastar pé no meio do salão.
Nessa noite de São João
Não quero tristeza no meu coração
Vou buscar a alegria, dia, noite, dia
E quem sabe esbarrar contigo
À beira da fogueira
Para dançar a noite inteira
Em homenagem a nossa paixão.
Puxa o fole, sanfoneiro!
Sou cabra forrozeiro
Em busca de uma paixão
Puxa o fole, sanfoneiro!
Que o arrasta-pé vai
Até o raiar do clarão.
Eita! Que o clarão me trouxe tu, paixão
Agora sou cabra da peste,
O mais feliz do sertão.
Meu compadre, solte o forrozão
Aquele que toca o íntimo do coração
Faz o suor escorrer até o pé
No arraiá do meu São João.
(E. C. Andrade)
ALGUM LUGAR
Às vezes,
Eu fico me questionando,
Pensando
O que estou a fazer da minha vida?
Não sei se ela,
Vivo
Ou se estou vivo.
Não sei se estou caminhando,
Indo a frente
Ou estou estacionado,
Parado,
Imóvel,
Indo a lugar nenhum
Ou algum lugar.
Só sei que não sei
Se estou certo
Não sei,
Mas sei que de nada
Mais nada
Estou a esperar.
Pois, canto
Em um triste olhar
De ninguém, alguém
Pensou
Que um dia estava
Para algum lugar
A caminhar.
(E. C. Andrade)
TEU OLHAR
Eu e você no jardim,
Em momento de prazer.
Nossa vida caminhando entre flores
Em dias de céu azul
E vento acalentador.
Mas tudo pode despencar,
Foi o que pude olhar
A escuridão a se aproximar
Em noites trovejantes
Repletas de raios relampejantes.
E você diluindo entre os meus dedos
Logo, o sonho se torna pesadelo.
Eu a gritar,
A brigar com Deus
Sem poder cirurgiar a dor
Das minhas entranhas.
Eu a gritar,
A brigar com Deus
Só querendo saber,
Por que tenho que te perder
Assim?
Por favor, amor,
Não afugente o teu olhar de mim.
(E. C. Andrade)
INEXISTÊNCIA
Aquele olhar para o horizonte
À espera de você,
Mas não sei quem és,
Se realmente vens
Ou tudo é pura perturbação
Do corpo e da alma insana.
Ao amanhecer no sublime olhar
Sinto carícias em meu leito
Fixo a pele nua, vazia
Urrando por toques de prazer
Daquele desejo viril
Que tu tinhas,
Que me deu,
Que desapareceu
Em mais um dia de chuva.
Nem todos os poderes de Zeus
São capazes de te trazer de volta
Ao lar do meu coração.
Sinto-me Prometeu,
Vivo, morro
Morro, vivo
A te procurar nas circunstâncias
De toda a minha existência.
Por que me resta a eternidade
Ela não me traz felicidades
Apenas angústias de um amor
Não vivido,
Não esquecido
Por ter sido um dia voraz
Em sua inexistência.
(E. C. Andrade)
GAVIÃO ALADO
Por onde andas, amor?
Pelos campos?
Pelas colinas?
Não!
Sei que foges de mim.
Por que cantas
Tão belo como rouxinol?
Mas foges de mim
Feito gaivota batendo asas no céu.
Saibas que irei a tua procura
Pois sou gavião alado
Cheio de amor para te oferecer.
Não queiras me impedir.
Sou fera na caça,
Na lama,
Na raça,
Na cama,
Em teus braços
Amando-te fugazmente.
Amor, não queiras fugir de mim.
(E. C. Andrade)
VIDA CARNAVALESCA
A cuíca soou saudosista
As purpurinas foram varridas na avenida
As cinzas pegaram carona com o vento
E as fantasias se eternizaram em fotografias.
O bloco passou
O corpo carnavalesco suou
E a voz cantarolou o samba do agogô.
O trio se aconchegou em seu aposento
As marchinhas adormeceram em leito efêmero
E as serpentinas enroscaram à alma foliã.
Alguns deixaram as repressões de lado
Outros se permitiram ser de verdade
Ou firmaram o que costumeiramente são.
Alguns se entregaram ao prazer da carne
Outros pularam comedidos
Ou embriagaram as angústias revividas.
Da folia, tirou experiências
Descobriu semelhanças
E sentiu a igualdade entre todos.
Da folia, levarás a alegria
Talvez sentirás a frutificação em seu ventre
Ou herdarás do Momo algumas enfermidades.
O que você não pôde ser ou fazer...
Quem sabe no próximo serás ou farás
Porque alegria e fantasia são alimentos da carne
Desejos e veracidade são razões da alma
E tudo compõe a vida carnavalesca.
Por isso, você se permitiu viver
E mandar se danar a moral e os bons costumes
Sem pensar no sermão que viria da ressaca social.
Afinal, era carnaval.
(E. C. Andrade)
DEVANEIOS III
Malvina que arranquei do jardim
Aurora! Aurora!
Raios de sentinelas
E ao som das panelas
Vejo-te vindo a mim.
Salamandras carpinteiras
São dançarinas nas chamas das trovas
E das liras das lamentações,
Belas libertinas dos verões
Dizem “nunca mais, estações”.
Eu!
Homem viril que chora.
Eu?
Doente de amor que roga.
Turbulência transcrita nas páginas...
De vermelho desenhas o contorno dos lábios
Somente tu que de repente partiste
Mas permanece na constante existência...
Na puta presença que desvarada
Sente prazer em me matar.
(E. C. Andrade)
DEVANEIOS II
Amante das antigas como eu
Quem tu deste adeus
Sem se quer voltaste para trás
Decoro que me apreendeu
Na escuridão das masmorras do Dirceu
Contudo, fortaleceu-me a razão
E só agora me apresento a ti
Digo-te que sim: verdade mentida.
Por que nos teus olhos mergulhei
Bebi até me embriagar de prazer
Senti o calor do fogo debaixo do temporal
É a mente que me falha dessa forma
É o corpo que agoniza por retorno.
Tudo é ilusão e devastação
No entanto, quero o redivivo
Que tu me prometeste ao me deixar.
(E. C. Andrade)
DEVANEIOS I
É no fio de cabelo que se conta uma vida
Naquele olhar de um assédio psicológico
E da solidão de uma mão viciada.
É no desejo da degustação
Que se conhece um carnívoro
Onde encontra um abrigo
E o aconchego da meia-noite.
Se teu corpo é incapaz da limpidez;
Se o pecado bate a tua porta;
É porque a tua alma não quer se banhar
E tua essência sujismunda é mundana
De corpo e alma,
De vinho e vinagre.
Quando a saudade apertou os olhos,
O coração murmurou o adeus.
Quando a dor se apresentou,
O cerebelo filmou a tua presença.
Enquanto eu, somente eu, te esperava
Pela quinquagésima manhã...
(E. C. Andrade)
POÉTICA CANÇÃO
O giz a tracejar
Uma linha no ar
Faz uma imagem...
A mente decorar.
Na mão, uma caneta
E uma folha a voar
Leva a poética canção
Para o fundo
Do belo mar
Onde palpita o cansativo coração
Em sua eternização.
De poeta a fingidor
Com a mão na dor
No sofrer de coita d’amor.
De poeta a fingidor
De coita de amor
De coita de amor
De dor, de amor.
(E. C. Andrade)
DESCENDO
Meu caro,
Sou brasileiro
Descendente de Peri e Ceci,
De via sanguínea
Bom-Crioulo adolfiano,
Um Tiradentes massacrado
Gritante por liberdade,
Linguisticamente Cabral
Herdeiro do gole em Cálice militar,
Andarilho das Veredas ensolaradas,
Testemunha de Quinze a mais lágrimas sertanejas,
Escravo tributário
Em lamaçais políticas carroçais,
Indigenamente posto em folhas históricas.
E hoje não sei se sou Golias,
Um Dom-quixotesco
Ou simplesmente Ulisses
Contemporaneamente em vão
“Usuário” do calcanhar de Aquiles.
(E. C. Andrade)
SURDO-MUDO?!
Eu penso
Tu pensas
Ele pensa
Nós pensamos
Vós pensais
Eles pensam.
Não como deveríamos pensar.
A verdade é uma só:
Levamos a vida a verbalizar.
Eu falo
Tu falas
Você fala
Nós falamos
Vós falais
Vocês falam.
Não falamos o bastante para pensar.
Às vezes até pensamos a falar,
Mas preferimos nos calar
Diante do falante pensa-dor.
(E. C. Andrade)
DEPOIS DO NADA, A EXISTÊNCIA
Você foi chegando a passos curtos
Olhou-me no meu íntimo
Fez-me tremer
E sentir que algo poderia ser melhor
Desse dia em diante.
O teu toque fez-me flutuar
Viajei pelo paraíso
E senti que tudo poderia ser como
Eu sempre quis que fosse.
Entreguei-me aos teus abraços calorosos
Curti a tua respiração forte
A tua virilidade em me amar
O teu jeito de falar no meu pé do ouvido
E eu senti que nada poderia ser igual a antes,
Pois eu estava em teus domínios,
Entregue-me aos teus encantos,
Meu Bon Vivant.
O tempo é o senhor da razão
Ele passa feito uma apaixonante marola,
Mas deixa marcas profundas
Vai-se os bons...
Fere-se os maus...
Portanto, viver é ser.
Ser livre para SER
E eu escolhi viver você.
Poderia correr por outras trilhas,
Porém meu coração era quem decidia.
E assim decidiu-se por estar contigo
Em todas as alvoras das estações.
Nua pus-me aos teus olhos
Querendo encontra-te por mais uma vez
Livre em alma para os meus carinhos,
Só que teu coração zombava de mim.
Ele, cruel como sempre foi, feriu-me em palavras
E eu me padeci às desilusões.
Não pude crer, por mais que minhas entranhas,
Por diversas vezes, falou-me a verdade.
Mesmo assim, eu queria ser amada
Como nunca tinha sido.
E, sofrer, parece fazer parte das relações de amor.
Eu teria que aceitar com naturalidade.
Contudo, ver-te em outras circunstâncias,
Sem a minha presença,
Foi forte demais para mim.
Restou-nos as palavras em vão
Aquelas que são espadas em nosso ventre.
Por conseguinte, o meu leito acompanhou-me por dias
Senti as minhas forças fugirem de mim,
O suor me sufocava
E o frio me acalentava.
As noites passaram a ser meu prazer
E os dias ensolarados eram as tristezas da minha razão,
A prisão da emoção.
Você cheio de culpas de sua carne
Deixou-se trair pelos botequins da vida
Até o dia que a rodovia fez-te seguir em frente
Para tão longe que não poderia te ver
Por mais que eu tivesse boa visão.
Nenhum dos nossos amigos iriam me dar notícias tuas,
Nem a tevê noticiaria o teu sumiço,
Nem poderia investigar as tuas movimentações bancárias,
Pois você tinha partido para o seu paraíso.
Logo, a dor de te perder
Fez-me seguir em frente
Sem destino, caminhei.
Peguei as minhas veredas
Levando no coração a esperança de chegar até você
E os dias fizeram-me deleitar mais uma vez
Em seu irradiante sorriso,
Bon Vivant.
Além das emoções e razões
Há uma caminhada à realidade,
À vida perdida.
Depois do nada, a existência
E foi nessa nova sobrevida
Que nosso amor fortificou-se
Eternamente.
(E. C. Andrade)
LET ME GO
Quando o mar se fizer terra
A Lua clarear os dias nublados
Os peixes tornarem-se aves
E as nuvens adocicarem os anseios de los niños
Quem sabe, eu serei seu outra vez.
Esperar a redenção dos teus sentimentos
Espiar as linhas das tuas mãos
Desejar descobrir os enigmas
E caminhar sem olhar para as decadências
Provindas da tua alma.
Agora sei o que sempre soube
Tu não és para meu ser
Eu não sou para as tuas curtições
Somos mais que joy and time
Seremos a libertação da carne e do fel,
Das lápides encardidas de um amor vil.
Portanto, meu breve e bravo amor,
Deixe-me ser o que sempre fui
Libere-me das tuas promessas injustificáveis
Ame-me fraternalmente.
Dead end for you,
So let me go be happy,
My love.
(E. C. Andrade)
EU AINDA SEI TE PERDOAR
Você viu a luz dos olhos dele
Se entregou ao prazer dos seus abraços
Deitou-se no leito em chama
Aquela que tomava conta do teu ser
Suou como trabalhador braçal
Urrou o tesão da tua alma
Durante os toques em tua pele nua
E eu te perdoei
Dei-me meu perdão a ti
Por que te amo?
Em outros braços, aninhasse-se
Como gata no cio.
Entregaste ao gozo da vida mundana
Não pensaste em mais ninguém
Puramente aos teus desejos vis.
Eu te olhava mais uma vez
Incrédulo
Sentei-me, pois, faltou-me pernas
Por mais que quisesse caminhar
Você olhou-me nos meus olhos tristes
Sorriu carinhosamente
Pedindo-me perdão em lábios úmidos.
Mas não foste capaz de suavizar a minha dor
Não conseguiste me curar do tremor
Sabias que dessa vez...
Ah! Apenas dessa vez?
Restava-me lacrimejar os olhos
Ao ver os teus chorarem.
Outra vez te perdoei
Dei-me outra vez meu perdão a ti
Por que te amo?
Outra vez fugi de mim
Dei-me de fingido, por mais que traído
Mas fechei-me em lamúrias insanas
Por que te amo?
Talvez seja, porque eu ainda sei te perdoar,
Amor.
(E. C. Andrade)
ESPELHO
Eu sou branco
Eu sou negro
Sou pardo
Sou amarelo
Sou preto?!
Eu sou índio
Eu sou estrangeiro
Sou imigrante ou emigrante
Sou hétero
Sou gay
Sou lésbica
Sou trans,
G0ys,
Pan.
Quem sou te incomoda?
Eu sou alto
Eu sou baixo
Sou magro
Sou gordo
Sou atleta
Sou rico
Sou classe média,
Pobre,
Pedinte,
Morador de rua.
Sou ex-presidiário.
Para ti, isso importa?
Eu sou homem
Eu sou mulher
Sou criança
Sou menino
Sou menina
Sou travesti
Sou incubado
Sou bulinado,
Xingado,
Humilhado,
Desvalorizado.
Fazer-me chorar, faz-te feliz?
Eu sou médico
Eu sou engenheiro
Sou político
Sou professor
Sou mestre
Sou doutor,
Vendedor,
Curador,
Cobrador,
Cadeirante,
Deficiente visual,
Físico,
Intelectual.
Para ti, é motivo de exclusão?
Saiba que sou seu espelho
Tu és meu espelho.
Talvez, você não tenha visto
Não tenha entendido
Quem sou?
Quem és?
Quem somos?
Sou você.
Você sou eu.
Sou gente.
Sou o povo.
Sou ser humano.
Sou CIDADÃO.
Não se sinta envergonhado
Por ser inferior,
Superior.
Pois o que importa mesmo
É dizer NÃO.
Não ao preconceito.
Não ao racismo.
Não à intolerância.
NÃO... NÃO!
Para todo o sempre:
NÃO.
(E. C. Andrade)
MARIANA EM RIO DOCE
Mariana,
Já deitaste em meu leito,
Ouviste meu som.
Às noites, cantava baixinho, suave
Só para ti.
Sempre fui presente em tua vida
De mim, tiraste o teu sustento,
Suspiraste,
Foste feliz,
Pois eu era transparente
E você poderia ver a minha verdade.
Hoje choramos mutuamente,
Morro calado e você está em pedaços.
Brigam em nosso nome,
Mas acho que talvez não seremos mais os mesmos.
Ninguém é capaz de ser mais o mesmo,
Porque as feridas se cicatrizam,
Mas sempre vem aquela dor de lembrança.
Fecho os meus olhos e ainda te vejo
Linda, sorridente ao meu lado.
No entanto, não sou mais doce,
Também não sou fel,
Sou o descaso de muitos
E quem sabe o olhar de tristeza de alguns.
Afinal estou em um triste, solitário e frio
Leito de uma UTI.
(E. C. Andrade)
VERDADE
Ah! Se fosse verdade
Verdade seria
Não um balde de água fria
Não uma noite mal dormida
Não uma ferida mal cicatrizada.
Ah! Se fosse verdade
Só verdade viveria
Não seria noites nubladas
Não seria dias de fúrias
Não seria rugas,
Nem nada.
Só seria: Verdade
Verdade?
Seria.
(E. C. Andrade)
AMANTES ETERNOS
Eu morro por você,
Se a sua vida escapar das minhas mãos.
Só assim a gente vai se encontrar
Do outro lado da vida
Para nos amar,
Nos amar.
Para nos amar,
Nos amar.
Somos almas gêmeas,
Amantes eternos.
E nada vai nos separar.
Entre a vida e a morte
Estaremos a nos amar,
Nos amar.
A nos amar,
Nos amar.
Mas se eu olhar
E nada enxergar,
Saberei que a solidão
Está a me abraçar.
E o desejo de te amar,
Te amar.
De te amar,
Te amar.
Vai acordar...
(E. C. Andrade)
PAI
A primeira luz que vi,
Foi a luz dos olhos teus.
Os toques que nunca esqueci,
Foram os toques de carinho teus.
As palavras que me feriram,
E aquelas que acariciaram o meu coração,
Foram as provindas da tua voz.
O amor infinito-incondicional
Sei que sempre receberei de ti
Por mais que a distância esteja entre a gente
Sei que você estará perto de mim.
Afinal, desde que nasci
Quem cuidou do meu bem-estar
Quem me incentivou
Quem me conduziu a seguir,
A trilhar,
A caminhar
Os caminhos certos,
Foi sempre você.
Quando sorri, foi você quem se emocionou
Quando chorei, foi você quem me consolou
Quando cai, foi você quem me levantou
Quando me feri, foi você quem cuidou de mim
Quando cheguei tarde, foi você quem eu vi a me esperar.
Às vezes que você gritou comigo,
Chorou escondido
Arrependido
Pediu perdão
Por mais que não ouviste a minha voz.
Às vezes que retruquei os teus conselhos
Foi a imaturidade que tomou conta de mim
Mas quando percebi que estava errado
Você me apoiou e jamais falou
Que havia me avisado.
Quando vi o meu filho
Olhar-me pela primeira vez
Compreendi todos os sentimentos
Que você sentira com a minha existência,
E revivi tudo,
Durante o percurso de uma lágrima.
Agora, espero ser um terço para ele
O que foste para mim, pai.
E a frase, que nesse momento posso
Verbalizar do fundo das minhas entranhas, é:
“Obrigado por ser uma constante em meu viver”.
(E. C. Andrade)
PERMITA-SE
Deixe os raios de sol
Adentrar a tua janela.
Abra os olhos pro amanhã
Permita-se ser feliz
E não feche os olhos
Antes de me ver
Como teu namorado.
Deixe-me te amar.
Deixe-me te envolver
Em meus abraços.
Deixe-me te amar.
Deixe-me te beijar
Em cada amanhecer.
Não insista em pegar
O caminho errado
Não fujas da realidade
Olha-me!
Permita-me estar contigo!
Deixe-me te olhar.
Deixe-me te acariciar
Sentindo o teu calor.
Deixe-me te olhar.
Deixe-me te amar
Ao anoitecer.
(E. C. Andrade)
APARENTE
Nada poderia ser mais igual
Tão igual como antes
Pois a vida muda e as pessoas crescem.
Agora, vou embora desse lugar
Ficarei tão longe que jamais sentirás o meu cheiro
Aquele que te levava às loucuras de amor
Um sentimento aparentemente profundo
Que hoje sei o quão falso ele era
Assim como as declarações de amor
Que você sussurrava em meu ouvido.
Então, saiba que o teu fingimento
Se tornou aparente em meu peito
Tal qual um punhal adentrando
Sem nenhuma cerimônia.
Mas pretendo seguir em frente
Até me encontrar neste mundo
E quem sabe ser amado
Verossimilhantemente
Com um sentimento cristalino
Ao que sinto bater em meu peito.
(E. C. Andrade)
VIVA O NOVO ANO
Ouço os ponteiros do relógio passarem
É o fim chegando.
As vozes de seres ao meu redor
Cantam ao velho
Para darem as vossas bênçãos ao novo.
Fogos ao ar!
Abraços ao meu redor!
Ondas soando!
Areia fugindo dos meus pés
A cada passo que dou.
Vejo o céu brilhar
Percebo que vivo em uma redoma,
Mas desejo um novo caminhar.
Primeira página de minha história
Não há lápis para escrever!
Não há inspiração para fazer história!
Não há minha existência
Pra ser chamada de vida!
Contudo, há você para me fazer viver.
Vivam o novo – Viva!
Sorriam ao novo – Viva!
Abracem mutuamente – Viva!
Olhem e desejem esperança – Viva!
Tudo pode ser diferente
Quando amanhecer o primeiro dia
De um novo ano.
Felicidades! Nós teremos.
(E. C. Andrade)
JUNTOS ATÉ O FIM
Hoje eu acordei
Com vontade de te ver.
Me arrumei,
Peguei meu carro
E fui até a tua casa.
Quando estava próximo
Parei e fiquei te observando.
Sei que fui covarde,
Sei que não podia desistir de você,
Mas tive medo...
Medo de te amar,
Medo de te fazer sofrer, chorar...
Por eu não te merecer!
Resolvi ir embora
Te deixar lá em frente a tua casa
Ligando pra mim,
Me esperando apaixonada
Com o coração nervoso,
Gritando, chorando de amor...
Eu fui pro bar
Tentei afogar os meus medos
A minha vergonha...
Por não ser um homem digno de você!
O tempo passou,
Você se casou,
Construiu a tua família feliz.
Eu continuei na solteirice,
Sofrendo amargurado,
Mal-amado solitário
E a me perguntar:
“Se você um dia me esqueceu”
Logo o futuro se fez presente,
Você e eu cara a cara
De coração na mão.
Era a paixão pulsando outra vez.
Você viúva,
Eu solteiro,
Ambos na velhice
Querendo reviver a nossa história de amor.
Eu ainda te amando,
Você confessando o teu eterno amor por mim...
Fomos juntos até o nosso fim!
(E. C. Andrade)
REDIVIVO
Não sou louco como Dom Quixote
Mas tenho a imaginação fértil
Tal qual a dele.
Não sou quase imortal como Aquiles
Mas tenho as astúcias de Odisseu
E tão conquistador e apaixonado
Como um facínora, um avoado.
Porém, um Romeu (des)encantado
Ou um Zorro alucinado.
Querendo te encontrar
Nas linhas de um pensamento qualquer
Nos traços de vida revivida
Os deuses que ilustram as manhãs
E o teu nome vem me chamar.
Diz que me ama
Que direi quem sou
Falas que me deseja
Que caminharei a te buscar
Nas estrelas das redomas
Das entranhas de uma amante
Reencontrado em teus abraços.
Gritarei: Redivivo só por você!
(E. C. Andrade)
SAUDOSO SAMBISTA
Minha terra tem mulatas,
Onde vivem a sambar;
As mulheres, que aqui sambam,
Não sambam como as de lá.
Nossas músicas têm mais encantos,
Nossas mulheres têm mais ginga,
Nossos batuques têm mais amores,
Nossas noites mais calor.
Em companhia, ou sozinho, à noite,
Mais musicalidade eu encontro lá;
Minha terra tem mulatas,
Onde vivem a sambar.
Minha terra tem sambistas,
Que tais eu não encontro cá;
Em companhia – ou sozinho, à noite –
Mais musicalidade eu encontro lá;
Minha terra tem mulatas,
Onde vivem a sambar.
Não permita Padrinho Padre Cícero que eu morra,
Sem que eu possa desfrutar outras vezes
Do que não encontro por cá;
Sem que eu aviste as belas mulatas;
Onde vivem a sambar.
(E. C. Andrade)
PROMETICAGEM
Filho, terás escola em tempo integral,
Mais merenda,
Expansão das escolas técnicas.
Irás livremente ao colégio.
Pensarão em ti, mas...
Quem olhará por nós
Quem te educará,
Quem te ensinará,
Quem te conduzirá a uma profissão digna?
Gente, investirão mais na saúde;
Teremos saúde interligada
Sem fila e tecnológica, mas...
Quem olhará por nós
Quem te curará,
Quem te atenderá,
Quem te dará novamente o sorriso sem dor?
Povo, reformularão a política,
Porque o velho não presta.
Farão respeitar a lei,
Por mais que ela seja preconceituosa,
Horizontal,
Arbitrária, mas...
Quem olhará por nós?
Quem não escolheu ser assim,
Quem quer apenas ser respeitado,
Quem luta pela igualdade,
Pelo fim do preconceito e
Da distinção de credo ou origem social.
Meus queridos, será que tudo não será igual?
Será que são apenas “palavras, palavras apenas
Palavras”
Hein, Cássia?
Quem olhará por nós?
Quem luta por uma vida melhor,
Quem trabalha e quer consumir,
Quem quer cuidar da família
E oferecer aos filhos o que há de melhor,
Mas não sabe em quem acreditar.
Espero não saber e nem ver
Josés, Camões, Machados, Freires
Drummonds, Meireles, Moraes,
Souzas, Alencars, Rosas, Lispectors,
Como tantos outros
Poetizando nas filas do SUS,
Nos péssimos índices do IDEB,
Fora das Universidades.
Que as conquistas não se tornem versos,
Estrofes,
Rimas,
ETC ou ...
(E. C. Andrade)
TALVEZ, TUDO SEJA UM MERO TALVEZ
Talvez, o sonho seja só um sonho
Que tenha sido um pesadelo
Em uma noite conturbada.
Talvez, aconteça tudo ou, simplesmente, não aconteça nada.
Talvez, da tristeza veja-se um sorriso
Que as tristezas sejam encharcadas em lágrimas
E que as lágrimas se tornem choro incontrolável.
Talvez, tudo não se passe de um talvez, apenas
Que o conflito se torne paz
Ou uma tragédia finita.
Talvez, tudo se torne uma lembrança ruim
Ou uma saudade permanente no peito.
Talvez, o coração fique doente
Ou não sinta nada.
Talvez, a realidade distorça os sonhos
Ou que os sonhos não passem de mero nada.
Algo que lhe deixa mal ao dormir
E faz com que a vida siga em frente.
Talvez, a vida seja finita em uma bala.
Dessas que saem da arma de um delinquente
Ou, simplesmente, de um louco alucinado por grandeza
Ou que tudo seja obra do cruel destino, quem sabe.
E falando dele, só dele
Todos devem vivê-lo e nunca fugir...
Pois, a fuga é inevitável.
E inevitável é a trajetória que devemos caminhar.
Caminho com curvas, altos e baixos.
Porém, com saída e chegada predeterminada ao nascermos.
Talvez, tudo isto sejam apenas linhas
Ou façam alguém se emocionar.
Seja uma confissão, uma prova da certeza dos meus ideais.
Talvez, sejam apenas, talvez, palavras em vão!
E nada mais!
(E. C. Andrade)
ENVOLVIMENTO
Dois casais que vivem
Olhares que se cruzam,
Gemem, falam,
Olham e se abraçam.
Na cama são as entranhas
Que se amam no fugaz matrimonial,
Que no corpo percorre o corpóreo viril,
Sem ardor, sem pudor.
Pois, entre eles é só o amor.
“Amor que arde sem se ver”
Numa tentação envolvente
Que transborda na enchente
Tão vivente que grita,
Clama pelo amor que é verdade.
Pelos olhares dos anjos
E nos falares dos homens
Veem-se o doce prazer das águas.
Elas batem sutilmente na mata,
Esta rebate fortemente nas águas,
Que por sua vez retribuem as margens...
Tão forte é essa relação
Que o gozo do prazer
Sussurra, também, se expressa ofegantemente.
No término do enlace,
Que não se desenlaça.
Porque é só amor, o amor.
(E. C. Andrade)
ESTOU PERTO DE TI
Ame e se deixe ser amado.
Harmoniosamente!
Com Honestidade!
Pois nada pode existir sem companheirismo.
Aqueça o coração de quem sente frio...
Seja capaz de fazer alguém feliz...
De sorrir e estar presente.
Permita-se estar conosco sempre.
Solte a sua voz e nos encante com a sua bondade.
Tenha a coragem de se expressar e dar a mão a outrem.
Nossos dias são construídos com parcerias.
Cumplicidade!
Sinceridade!
Não digas adeus, apenas um até logo.
Chore e sorria em minha companhia.
Que a distância não seja uma muralha entre nós.
Amizade é algo que deve ser regada diariamente.
Seja você sempre.
Não deixe a tempestade fazer você desistir da caminhada.
E tenha a voz da compaixão e lidere a união dos povos na multidão.
Se arrisque contra a maré.
Mas se precisar, grite, que eu estarei aqui para te ajudar.
Deixe a solidão partir sozinha e viva em sinergia com a humanidade.
Olhe carinhosamente para acalentar o coração...
Viva as manhãs e, se precisar, não hesite em me chamar.
Queira estar sorrindo e não fiques sozinho.
Quero ser teu alicerce, o teu diário e o teu fiel livro de cabeceira.
A mão que te levantará nas tuas horas difíceis...
A palavra que te fará lembra-se da sanidade.
Quem estará presente no seu dia a dia.
Se precisardes de ar, eu estou pronto para te dar.
Não permitirei que a fé te abandone jamais.
Mas, acima de tudo, ser o teu companheiro, teu amigo.
Eu estou e estarei sempre ao teu lado.
Como uma pilastra que ergue e faz parte de um edifício.
Compartilhando os momentos bons e ruins.
Criando as oportunidades de felicidades.
Sendo cumprisses na vida e na nossa história em construção.
Vamos unidos até o fim!
Vamos caminhar juntos!
Vamos festejar os dias de chuva!
Vamos ser a caneta e o papel a escrever essa canção!
Vamos rir e ser feliz!
Vou sinergizar o teu corpo...
Vou estar do teu lado eternamente.
Jamais te deixar só e concretizar a nossa amizade verdadeira.
Porque sozinho ninguém pode mover uma montanha.
Sem amor, sem carinho e sem amigos ninguém vive feliz.
Saiba que estou aqui contigo!
(E. C. Andrade)