Jeito de amar

Jeito de amar

Evandro Calafange de Andrade

 

É só o sol raiar para o galo cantar no terreiro

E eu despertar daquele jeito

Pras tuas reações começarem a pincelar.

 

Se o meu bom dia não for o mesmo de ontem,

Se o meu olhar não cruzar na mesma hora que o teu,

Basta o meu andar desviar o fio da meada,

O meu desejo aguçar a vontade de respirar fora da caixa

Pra tudo virar a tua cabeça.

 

O tempo fecha rapidamente,

Você parte pra fazer tempestade em copo d’água,

Inventar uma confusão

Até com o sabor do leite com pão.

Não é exagero, não.

É discussão no jantar

Que só para no almoço sobre o fogão.

 

Tudo porque você não consegue entender:

Não é porque você quer

Que eu tenho de querer

Estar sempre sorriso pra você.

Não é porque você está

Que eu tenho de estar

Ou querer estar ao teu lado.

Só que está obrigado nem sempre quer dizer

Que estou realmente com você.

 

Saiba que o meu “eu te amo”

Não precisa ser no mesmo tom que o teu

Por que seria, amor?

Se o meu coração não batuca no mesmo ritmo sambista do teu.

 

A verdade é que você não entende

O meu jeito de amar,

De te amar, amar você.

Acha que todo jeito de amar

Tem de estar na mesma intensidade

Provinda de você.